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segunda-feira, 5 de julho de 2010

Questão de cultura







O futebol, sem dúvida alguma, mexe - e muito - com a emoção do público. Não preciso nem explicar muito, é algo facilmente perceptível. Vamos ao ponto central da discussão: Brasil e Argentina são países que amam o jogo, respiram o esporte 24 horas por dia. Mas existe uma certa diferença entre nós e os hermanos. É só observar como foi a recepção dos times depois das derrotas na África do Sul.

As duas equipes saíram na mesma fase (quartas-de-final), mas parecia que a Argentina - goleada de forma indiscutível pela Alemanha por 4 a 0 - tinha voltado com a taça, devido a festa dos torcedores albicelestes (foto 1). Além de apoiar o grupo, a multidão pedia a permanência de Diego Maradona á frente da equipe.

Já no Brasil, a coisa foi bem diferente. Parte da delegação desembarcou no Rio de Janeiro, e foi obrigada a ouvir muito. Felipe Melo - que deu passe sensacional para o gol de Robinho no primeiro tempo, mas caiu de produção no segundo e acabou expulso - foi o mais cobrado. Outro que teve a paciência testada foi o ex-aulixiar técnico Jorginho. O lateral da seleção em 1994 estava tenso e discutiu com repórteres.
(foto 2)

Acredito que as reações frente a uma situação muito parecida é uma questão de cultura. Enquanto os argentinos reconheceram o esforço de sua seleção e acreditam em uma campanha melhor em 2014, os brasileiros cobram a seleção como se o destino do país estivesse em jogo nas quatro linhas.

Não é de se admirar que a cada quatro anos o Brasil fique grudado na telinha esperando a taça de campeão do mundo. Deveríamos pensar um pouco em uma frase dita há alguns anos por alguém do meio esportivo: "O futebol é a coisa mais importante das menos importantes".

Futebol é apenas um jogo, ou um pouco - nada, quem sabe - mais que isso.

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